Sinopse E Informações
Um criminologista investiga uma série de assassinatos brutais ocorrida entre um pequeno grupo de estudantes do sexo masculino em um internato francês. Sua principal suspeita é que um serial killer conseguiu manipular suas vítimas utilizando alguns aromas específicos.
O quanto você, leitor, se lembra de ter se sentido tão fisgado pela arte de se criar um perfume? Eu mesmo não faço ideia. Talvez nunca tenhamos dado atenção suficiente a esse trabalho minucioso e delicado. Mas já parou para pensar como um simples odor corporal pode ter influência nas pessoas ao nosso redor?
A série alemã, O Perfume, busca trazer tudo isso apenas como um brinde para aqueles que se propuserem a embarcar em uma investigação de assassinatos que impressionam pela maneira como são realizados.
Não houve um grande investimento na divulgação do seriado. Mas, na verdade, O Perfume merece a atenção dos espectadores apaixonados por um bom suspense investigativo, que se constrói aos poucos, em um ritmo lento, carregado de metáforas, descobertas e reviravoltas.
Após o surgimento do corpo de uma conhecida cantora local, Katharina Läufer, sem cabelos e com as axilas e seu órgão genital cortados, a detetive Nadja Simon (Friederike Becht) e seu parceiro Matthias Köhler (Jürgen Maurer) são encarregados de investigar o caso.
É quando descobrem uma relação próxima da cantora com outros cinco amigos da época de colégio, que hoje vivem suas vidas como podem, enquanto escondem diversos segredos e traumas e que, após a morte de Katharina, resolvem se encontrar e voltam a ter mais proximidade.
Aos poucos a história vai nos apresentando o cotidiano e os conflitos internos e externos de cada um desses amigos, juntamente com a própria vida profissional e profissional da detetive, que é quem mais se aproxima de uma protagonista na série.
Os arcos são bem construídos e alimentam o mistério dos assassinatos de forma convincente, o que nos faz suspeitar de todos os personagens, principalmente após a revelação do passado dos amigos e sua relação com o ato de criar perfumes especiais.
Com atuações sublimes e uma trama poética, ao mesmo tempo que sombria, o público vai se envolvendo devagar com o enredo, que se alimenta com uma estética visual belíssima, se apoiando em uma montagem lenta que contrasta com a fotografia de movimentos dinâmicos de câmera e cenários bem iluminados com as mais diversas cores nos lugares mais pontuais.
Um bom exemplo disso é a paleta de cores quente, em uma iluminação amarelada para trazer a inocência dos cinco amigos nos flashbacks, e do outro lado uma iluminação mais esverdeada e figurinos escuros representando o remorso e a infelicidade do presente.
Por fim, temos uma narrativa inteligente e não mastigada, com personagens bem desenvolvidos. A graça está em fazer o espectador juntar as peças e criar seu próprio quebra-cabeças, mas a série carece de uma maior amarração dos arcos e da resolução de cada personagem, visto a grande influência que cada um possui na história como um todo.
Dependendo do envolvimento do espectador, O Perfume pode cansar durante a metade de seus episódios, por seu ritmo arrastado, mas acredito que tenha sido a melhor escolha para contar uma história com tantas sutilezas e profundidade.
Depois de ter sido adaptada para os cinemas em “Perfume: A História de um Assassino”, os temas e conceitos da trama são aprofundados em uma história contemporânea, que procura refletir sobre os velhos dilemas da “poção do amor”.
Trailer Oficial